Fahrenheit 451: o futuro de uma sociedade manipulada

No segundo semestre de 2019, os alunos do Curso de Comunicação e Expressão do CETECC leram o clássico livro Fahrenheit 451, de Ray Bradbury, e assistiram ao filme de mesmo nome, digido por Ramin Bahrani, em 2018. Veja a seguir as interpretações da turma sobre esta obra importante e ainda atual.

“O livro Fahrenheit 451 foi publicado no ano de 1953, pelo escritor Ray Bradbury. É um romance e uma ficção científica. O livro relata a história de Guy Montag, um bombeiro contratado pelo governo exclusivamente para queimar livros, em uma sociedade que vivia em condições de extrema opressão ou privação” (ELISABETE CARNEIRO)

“O livro conta a história de um futuro em que poucas pessoas se interessam pela leitura. Nesse futuro, os livros acabam se tornando alvo de censura do governo, através do Corpo de Bombeiros, que tem como missão incendiar as casas que contêm livros escondidos, para impedir que as pessoas tenham acesso a informação e cultura.

Guy Montag trabalha para o Corpo de Bombeiros queimando livros. Ele é casado com Mildred, uma mulher indiferente, que vive em função das suas novelas, em que dialoga com os personagens.

Entre idas e vindas, Guy conhece Clarisse, que mudará completamente a sua vida e fará o mesmo refletir sobre suas atitudes em relação ao que é certo e errado. Também ajudará Montag a perceber que todos estão sendo enganados sobre o que dizem dos livros.  E agora? Montag verá as coisas por outro ângulo” (PATRICK CARRO)

“Fahrenheit 451 é uma história futurística, sobre uma sociedade anti-intelectual, que impõe que os bombeiros queimem todos os livros, tentando impedir que os rebeldes consumam qualquer tipo de leitura, até mesmo a Bíblia.

Guy Montag é o protagonista, que, a princípio, lutava a favor dos bombeiros, sendo um dos principais. Ele queimava os livros fazendo um espetáculo, cativando a sociedade, punindo os rebeldes. Mas uma reviravolta fez com que todo o contexto mudasse” (LUCAS VINÍCIUS)

“Fahrenheit 451 nos passa uma imagem de um futuro distópico. A sociedade é abduzida pelo próprio governo. Os papéis se invertem: os bombeiros, ao invés de apagar, queimam os livros, porque acreditam que estes são baseado em mentiras.

As pessoas que se atraem por ler são consideradas uma ameaça. Tudo isso vira uma contradição na cabeça de Guy Montag. O bombeiro, que deveria colocar fogo nos livros, começa a ler e se questionar. E assim ele cria sua própria realidade” (VITÓRIA GOMES)

“A história fala sobre uma sociedade alienada, onde os livros são proibidos. Bombeiros que antes apagavam o fogo agora ateiam fogo em livros. Já os rebeldes têm a única função de decorar os livros e proteger o conhecimento. No meio dessa guerra, um bombeiro chamado Guy Montag se volta contra as regras e contra seu chefe, se aventurando em um novo mundo de conhecimento. Ele deixa de ser uma peneira de areia para também se tornar um livro” (CAMILLY DE JESUS)

“Fahrenheit 451 trata de um futuro tecnológico e distópico, com uma sociedade completamente alienada e manipulada pelo governo. Bombeiros queimam livros, que são proibidos por serem considerados mentiras insignificantes. Aqueles que se atrevem a ler são considerados inimigos e tudo isso vira um paradoxo quando o próprio Guy Montag, o bombeiro, que deveria atear fogo nos livros, começa a ler e assim questionar sua realidade” (KAIQUE CANGIRANA TROVÃO)

“Montag era um bombeiro apaixonado por tocar fogo nos livros. Ele sentia prazer em fazer isso, até que ele encontra uma moça que o faz mudar totalmente” (SUZANA CONCEIÇÃO)

“Fahrenheit 451 foi escrito após a Segunda Guerra e vem trazendo duas questões: a opressão anti-intelectual nazista e como será possivelmente o nosso futuro” (BRUNA SOARES)

“A sociedade é proibida de pensar. E se isso ocorresse, as pessoas eram perseguidas e algumas até mortas” (JULIA RIBAS)

A história trata de uma sociedade manipulada por um sistema que os faz acreditar que os livros são os vilões, que o conhecimento não deve ser passado. Mas também mostra que nem todos são manipulados e que é possível adquirir conhecimento e lutar contra esta sociedade” (CAIO JOSEPH DOS SANTOS)

“Este livro alerta para realidades que estamos vivendo hoje e mostra que devemos lutar por aquilo que acreditamos” (FRANCENILDA SILVA)

DIFERENÇAS ENTRE LIVRO E FILME

“Ambos, livro e filme, mostram uma sociedade alienada, que fica presa em um ciclo vicioso, em que o entretenimento televisivo (ou mesmo a internet) está consumindo o tempo das pessoas. Os papéis estão virados. Estudar ou simplesmente ler um livro em forma de diversão está sendo mal visto aos olhos do povo. As pessoas se tornando mais leigas e sem opinião, sem personalidade. Os mais jovens, que já crescem sem esse hábito, ficam sem argumentos, fazendo com que qualquer pessoa que tenha o mínimo de estudo já esteja acima deles” (LUCAS VINÍCIUS)

“O que sempre reparo muito nos livros são os sentimentos que cada personagem expressa e em como aquilo de alguma forma pode mudar o seu mundo. É isso que prende os leitores de Fahrenheit 451, pois, além de ver a transformação de alguns personagens, você se vê em uma transformação, porque começa a perceber o poder que a leitura tem.

No filme, o que mais gostei do filme foi a forma com que eles souberam transpor para realidade as paredes “falantes” e quando mostram as capas de livros clássicos nas casas dos enguias” (BRUNA NAJLA)

“O livro e o filme demonstram a importância da leitura na vida do ser humano. Além disso, mostram que uma sociedade bem informada não é controlada por um governo.

O livro foi mais marcante porque a vida de Guy é contada com mais detalhes. No filme, houve modificações, por exemplo, ele é solteiro. Enfim, gostei mais do livro” (PATRICK CARRO)

“O livro relata a realidade vivida pela nossa sociedade, apesar de ter sido escrito na década de 50. A manipulação e a forma que os rebeldes decidem reconstruir a sociedade deixa o livro com aquele gosto de quero mais. E o filme, apesar de ser diferente, traz a mesma ideia, mostrando que a manipulação é geral e que num “futuro” apenas alguns conseguem escapar. O enredo, principalmente no final, deixa o filme mais interessante” (CAIO JOSEPH DOS SANTOS)

“No livro, achei interessante quando Montag percebe que, na realidade, ele não é feliz. Nem no casamento, nem no trabalho e nem na vida” (ISABELA OLIVEIRA)

“O livro é baseado na questão da privação do governo, para que as pessoas não obtivessem conhecimentos através da leitura. Eu gostei muito, mas ele deveria ter dado um final para a Clarisse McClellan. Na minha opinião, ficou vago. Já o filme, eu achei bem diferente, pois faltaram alguns personagens. Montag tem um breve romance com a Clarisse, que tem um papel principal do grupo dos enguias” (ELISABETE CARNEIRO)

“O livro é maravilhoso e deixa um gostinho de quero mais. O que mais impressiona é o modo futurista do autor, que era dos anos 50. Já o filme traz um ar de romance e um suspense bom. O modo com que o diretor conservou os detalhes certos fez toda a diferença no filme” (CAMILLY DE JESUS)

DO QUE MAIS GOSTAMOS

“No livro, gostei de como o autor descreveu a relação de Montag com Mildred, ambos muito diferentes e distantes um do outro. Ela acaba se voltado contra Guy por não concordar com seus interesses por livros. No filme, eu gostei de como Montag vai se envolvendo cada vez mais com os rebeldes, porque podemos ver o quanto aquilo o impactou, já que ele nunca tinha tido contato com a literatura” (KAIQUE CANGIRANA TROVÃO)

“O que eu mais gostei da história foi essa reviravolta na vida de Montag. O livro e o filme mostram como era a rotina dos bombeiros, mas também o desespero dos rebeldes, e um futuro bem semelhante ao nosso presente” (LUCAS VINÍCIUS)

“Achei interessante que o autor nos mostra um casamento sem interação e como isso pode afetar a relação. A esposa fica contra Guy e acaba lhe deixando. Ele fica desorientado e se questiona o porquê do interesse pelos livros. No filme, eu gostei de como Montag se interessa cada vez mais pelos livros e de como isso abre a mente dele para outros horizontes” (VITÓRIA GOMES)

“Eu gostei muito do filme, porém ele poderia ter mostrado mais. No livro, eu gostei de quando Montag roubou um livro e começou a ler. E quando percebeu que a vida que estava levando era uma rotina reprisada “ (BRUNA SOARES)

“No livro, gostei da forma como Montag enfrentou seus medos e o chefe dos bombeiros, porque mostra que podemos enfrentar nossos medos. E no filme, o jeito que ele toma coragem para libertar o Omni, porque também enfrenta seus medos e vai atrás do conhecimento” (CAIO JOSEPH DOS SANTOS)

“Eu achei uma história interessante, porque me fez pensar na realidade que está acontecendo nos dias atuais de muitos brasileiros, e que devemos parar de ser alienados e buscar conhecimentos para lutar pelos nossos direitos.

O que mais gostei foi das conversas de Guy Montag e Clarisse, porque foi a partir daí que ele passou a ter interesse pela leitura. Do filme, a cena que mais gostei foi quando Montag estava na mira da arma do capitão Beatty e foi muito corajoso e soltou o pombo (com o conhecimento)” (JULIA RIBAS)

“Um bombeiro que não entende o motivo real de queimar livros e que conhece um amor e é integrado a um grupo. Gostei muito dele entender que a vida é mais do que queimar livros” (JUNIOR SANTOS)

“Achei o livro incrível! O autor teve uma visão dos dias atuais, principalmente na questão de entretenimento. O filme achei fraco, por ser muito resumido” (ELISABETE CARNEIRO)

“O livro mostra uma realidade e muitos ensinamentos. Chamou muito minha atenção sobre como são importantes os livros” (ISABELA OLIVEIRA)

“Gostei da parte que Clarisse encontra Montag na rua, porque daí em diante eles se apaixonam” (SUZANA CONCEIÇÃO)

“No livro, gostei muito do modo detalhista do autor, dando “ferramentas” para o leitor deixar sua imaginação fluir. O autor soube desenvolver muito bem a história, de um modo que presenteia o leitor para sentir as sensações dos personagens, da alegria à angustia. No filme, o que mais me impressionou foi a forma do diretor romantizar a história, mas ao mesmo tempo deixar um ar de suspense, e como ele conservou os detalhes do livro” (CAMILLY DE JESUS)

“Do filme, o que mais gostei foi quando o bombeiro encontrou a Clarisse. E do livro foi quando ele conseguiu fugir dos bombeiros que estavam lhe perseguindo” (FRANCENILDA DA SILVA)

O QUE VOCÊ MUDARIA NA HISTÓRIA

“Eu mudaria o fato de Montag ser descoberto. Por mim, ele seguiria com o plano dele e de Faber, causando uma grande revolta com os livros colocados nas casas dos bombeiros. Eu faria assim porque achei mais radical e emocionante. Um plano tão arriscado dando certo seria muito bom de ler e assistir” (KAIQUE CANGIRANA TROVÃO)

“Eu colocaria mais livros nas casas das pessoas, para se elas abrirem, e parar tirar essa imagem de que livros são repugnantes” (VITÓRIA GOMES)

“No final, eu me juntaria com o Faber, faria um protesto, colocaria livros nas casas das pessoas, junto com alguns convites, e criaria uma biblioteca” (ISABELA OLIVEIRA)

“No fim, colocaria Guy como chefe dos bombeiros com o intuito de acabar com a censura e estabelecer a democracia. Outro detalhe: deixaria a cidade intacta” (PATRICK CARRO)

“Eu mudaria quando Montag começou a ler para Millie, para que ela também despertasse esse desejo de ler. E que a Clarisse não estivesse “morrido” (como ocorreu no livro)” (BRUNA SOARES)

“Mudaria o pensamento do Beatty, esse desejo dele de ficar queimado livros” (SUZANA CONCEIÇÃO)

“Eu mudaria no filme a cena em que Montag toca fogo em outro bombeiro, antes de fugir. No livro, eu mudaria a morte de Clarisse” (FRANCENILDA SILVA)

“Eu faria com que Mildred Montag despertasse a tempo o interesse pelos livros e tivesse conseguido fugir com o seu marido Guy Montag, porque ela sofreu a história toda e foi muito triste o final que teve” (JULIA RIBAS)

“Não mudaria nada na história, porque é o que pode acontecer com qualquer pessoa ou sociedade que se priva ou é privada te ter algum conhecimento e não tem a capacidade de lutar por seus direitos e pelo que acha relevante. E esse é o ponto master deste livro: ele te dá a chance de parar e refletir sobre as coisas à sua volta e lutar para que coisas daquele tipo não aconteçam” (BRUNA NAJLA)